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segunda-feira, 8 de junho de 2015

O náufrago 21 (6)


O pescador está a observar o mar novamente, há garrafas para onde olhar, há também uma espécie de estaca que se parecia um braço esticado e afundando na maré, que angustiadamente pedia ajuda... - Mas nesse mar? com esses dias, por quê ajuda? quem saberá...-
Sua mão aflita desembala como um bombom bem embrulhado uma nova carta que dessa vez se encontrava com um pingo de sangue na lateral superior esquerda.

O conteúdo?
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18 de Agosto, 8:21

Eu conto até três e respiro fundo... Aquela mulher está morrendo e essa é a razão para gemidos agoniantes que venho escutado há semanas...
Ontem eles desovaram corpos na praia. A areia está vermelha dentro de alguns metros de ossos misturados a peles apodrecidas. Não recomendo essa cena a ninguém, isso é o ápice da maldade humana.
Há uma bandeira estranha... é americana mas no meio há o simbolo do nazismo, como se sempre os dois estivessem em parceria. Sendo assim. Qual seria a função da guerra?
Há uma frase escrita em um vermelho escuro ensanguentado, que diz:
"Morra por mim ou morra pela minha arma, lute por mim e terá a vida eterna"
Mais abaixo havia outra, uma parte estava em inglês e eu consegui entender, e ela diz:
"Nós somos o mestre do nosso destino, nós fazemos o que é necessário!"
O resto estava em Alemão de uma forma que não consegui identificar.

Eu descobri uma ponte explorando fundamente o lado direito da praia, há um rádio lá e... uma torre, enorme. Percebi um rádio, que toca interruptamente por dez minutos seguidos. Tenho de saber quando irá tocar. No meu relógio dizia 21:00, nem um minuto a mais ou a menos. Preciso achar uma forma de escutar aquele rádio toda noite...
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O pensamento se atordoa por um certo momento;
"- depois de alguns minutos observando o mar a cabeça fica definitivamente presa a um ponto de equilíbrio no horizonte e pode até fazer de um homem calmo, o mais louco que a Terra pôde presenciar" - depois de alguns minutos consigo, o pensamento retorna como a onda que balançava o barco o fazendo tão inseguro quanto a madeira velha de um barco antigo que sacode e sacode:
"- Ele explicou quase tudo... quase tudo... quase tudo... De quem era esse sangue? as cartas estavam fechadas dentro da garrafa, se algo ultrapasse a tampa, certamente as cartas estariam molhadas...
- Ele volta a si com um único pensamento interrogativo, de que talvez, a próxima carta solucionaria tudo:
"- Quase tudo... 
  - quase tudo... 
   - quase tudo... 
    - quase tudo....
     - quase?
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