• |
  • |
  • |

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O náufrago (7)

"Respirando o medo mais uma vez. Entre peixes e crustáceos presos em linhas embaraçadas da rede de pesca, estava uma camisa camuflada. Nela havia buracos, assim como na mente de Dean Lout - o pescador.




21 de agosto, 12:00.

O Sol está bem quente agora e minha visão do mar está um pouco embaraçada. Senti náuseas. Pisei em um espinho e agora percebo que não era de fato um espinho e sim a ponta de algo venenoso. Minha garganta coça por dentro, é doloroso passar por isso. Passei a noite anterior abaixo com as roupas que cheguei aqui. Antes eu não estava, pois havia roupas mais casuais dentro da bolsa que achei. Couberam perfeitamente.
Ouvi o rádio e há vozes múltiplas falando uma espécie de código. Parece ser russo. Se for...
Então temos aqui os Estados Unidos, Alemanha e a Rússia trabalhando aliadamente. Isso não me parece ser certo agora, estou confuso e surpreendido com repentinos flash's daquele navio. Lembro-me de ver o comandante e o capitão apertando as mãos e segurando as taças de champanhe. Comandante Smith olhando nervosamente para o relógio - parecia esperar algo - e de repente a luz do navio falha e só havia 2 botes. O que me faz pensar que todo o incidente era para de fato acontecer. Acho que o governo está escondendo algo e que definitivamente era para eu estar aqui agora. Isso me dá calafrios. E nessa manhã quente, é estranho. A brisa é forte... O vento parece conversar comigo.
Preciso desvendar esse código. Assim... Encontrarei respostas.



24 agosto, 00:00

abdiquei de meu sono esta noite. Resolvi me armar com um arpão improvisado e roubar um dos chicotes que estavam à deriva em cima da pedra. Aquela mulher desfigurada meu viu, sorriu e derramou algumas lágrimas pelo seu olho, ou pelo o que sobrou dele. Eu terei de tira-la de lá. Eu prometi.
As noites anteriores me fizeram repensar no código e descobrir que não se trata de linguagem russa e sim um tipo de criptografia linguística - Posso não saber de russo mas entendo padrões e aqueles estavam errados.
Sempre que venho aqui eu fico debaixo da ponte, no lado escuro e oculto. Já experimentei observar minha camisa sozinha lá e bem... Eu fico invisível lá. Isso me dá opções, limitadas, mas ainda sim opções.
Eu ouço as botas de bico de aço baterem no chão acima de mim. Eu tenho bastante experiência para reconhecer estas botas. Camucim e cano longo. Pertencentes originalmente à patrulha dos bons homens que chamo de "EEU"(Exército dos Estados Unidos), que agora para mim são inimigos. Poderia ir lá mostrar meu documento. Pelo menos isso se salvou. Mas depois do que vi por aqui, isso seria uma burrice à nível extremo.
Engraçado que até o jeito de caminhar é reconhecível. Vinte anos servindo daquele jeito até subir um pouco.
Novamente torno a ter calafrios e sinto náuseas e tonturas sucessivas. Sempre que passo por aqui. Desde que pisei naquele "espinho".





O vento parece conversar comigo.






0 comentários:

Postar um comentário

 

Rust Hill Copyright © 2010 | Designed by: compartidisimo