Mate para viver ou acabe com a sua própria vida, mas não deixe-o te pegar. Pois o desejo que isso não estivesse acontecido será bem maior do que o medo de morrer.
Lá estava ele de pé encarando a coisa. Não conseguia ver o final de suas extensões por uma camuflagem chamada "escuro". Pois ali, estavam glóbulos brancos em um corpo de pêlos. Dentes deformados, arqueados para lados distintos, além destes, duas presas - as únicas partes dentárias retas.
Estava lá sem fazer um som. Mas ele sabia que seu medo o trairia e o faria correr para longe.
Naquele momento sua imaginação foi embora e aquela fera diante do espelho também.
Ele estava sozinho, porém vivo, mas...
por quanto tempo?
A aula de biologia já estava pela metade. Deeds Stomps, ou se preferir,(por um breve momento é claro, ele não queria ser chamado assim), Starkley Dimmon Stomps.- Ele sabia que era um nome péssimo. - Leves e mesquinhos cabelos acendrados em tons não-tão-brancos, arqueados para trás decerto com um gel vagabundo - Deixando as bordas capilares das extremidades - direita e esquerda - à desejar. Fazia o jeito Louco "einsteiniano".
Suas roupas, paletó de lã e um colete tricotado também a base de lã, o faziam parecer um cara extremamente culto. Mas as bebedeiras nos sábados e domingos podiam desmentir.
Seu vocabulário era abrangente de:
"Sim, pois não" e "obséquio/benevolente" e um pouco de "camaradas/camaradagem",
mas claro, somente nos dias que dava aula naquela escola, o que dava a ele 4 dias de palavras como:
"C*zão","Vad!azinha","Tiras"(sim ele ainda chamava "policiais" de tiras), "Mordefronha" assim dessa forma como uma palavra só. O resto dá para adivinhar facilmente. Ele falava como Rod Stewart cantava, em uma versão menos ga#y e rouca.
- Abram vossos livros na página 171 por obséquio.- A sala é abafada por sons de papéis densos dobrando-se ressoadamente e alguns tiques de canetas.- Gratificado! - Suas mãos estão abertas livremente por cima da mesa de professores diante dos alunos. Seus olhos fitam a matéria daquele dia no papel rotineiro. - Iremos falar hoje de algumas espécies de morcegos hematólogos. - Ele reajusta os óculos fundo-de-garrafa para nivelar com os olhos castanhos. Seus olhos desviam-se para a janela de vidro e ele pensa consigo que podia estar bebendo no bar do Z,"talvez se eu pudesse correr até o corredor e driblar a diretora que há essa hora está de pé no corredor igual a um espantalho, então, o resto não seria problema algum. São apenas 7 quilômetros até o Z, e quando passar da faxada da escola eu poderia ir andando tranquilamente." - Mas o pensamento se esvai e novamente ele toma à olhar para toda a turma do fundamental dois, 9° ano. - "Que besteira... Eles precisam de mim mais do que eu deles, não posso fazer isso."
Aquele assunto trouxe arrepios da nuca até o fim das costas para William Bradley. Pois memórias lhe levavam para 1752, 1791, 1858 e 1931, períodos esses que algumas pessoas o feriram e ele quase morreu, quase se foi de verdade, para sempre.
Fogos, comparações, prata, acusações. Depois de 1858, ele jamais quisera voltar a obter talheres de prata em casa, isso lhe era como "alimentar-se" com veneno. Era estranho naquele castelo que morava, tão alto e extenso, os talheres fossem de plástico ou metal. A verdade era que ninguém cozinhava mesmo, e somente William tentara ser normal. Mas, naquele mesmo ano, meses depois, uma faxineira que fora contratada por meio período duas vezes na semana, estranhamente sumiu. Lógico que os investigadores locais desconfiaram de onde ela trabalhava, o único emprego. Ainda sobrevoava a casa dos 17, e pairava o término da faculdade de ciências aplicáveis, (O dinheiro era somente pela carência do de seus pais, ela era bonita e vinha de pais pobres, precisava do próprio sustento), ela era uma "gênia incubada na pobreza". Elysa Ann, rosto redondo e cabelos cacheados. Sua boca tinha um aspecto molhado em um tom vermelho flamejante. Curvas altamente simétricas e perfeitas. William ainda tentara dominar seu desejo por carne humana, demorou muito para que isso se tornasse real. A princípio um garoto de aspecto jovem morando sozinho em um castelo que pertenceu a lordes antigo era de fato estranho. O mais estranho foi ter encontrado o corpo.
Seminu e sem algumas partes do corpo, tais como: O PESCOÇO - arrancado e separado do tronco e cabeça. Porém sem sinal de lâminas. ANTEBRAÇOS - Separado das mãos e bíceps. E finalmente as pernas. Estavam intactas. Mas no meio. Na região sexual (foi preciso alguém ter que limpar todo o sangue ao redor do corpo e estancar aquele chafariz macabro, para depois remover a blusa apenas cortando com uma tesoura, que tinha um desenho de uma boca e uma língua no meio deles - devia ser uma dessas bandas de rock que jovens de 17 menos curtem). E então temos um ESTÔMAGO destroçado. Entranhas estavam para fora(eles estranharam o tamanho da barriga - gorda - em um corpo bem magro e saudável). E o pior veio depois... Ninguém dos legistas haviam realmente tocado no corpo. Porque se tivessem... Teriam visto o estrago verdadeiro. O corpo parecia um travesseiro de plumas(com exceção do estômago) , que se apertasse bem teria noção que nenhuma pluma estaria ali, apenas uma pele seca de sangue e vazia de todo o resto. Isso explicava claramente a foto que a mãe dela mostrou aos investigadores - Elysa na praia com os amigos com um tom de pele queimado, certamente frequentava praias, jogando vôlei com um óculos de sol na cara e aquela maldita blusa.
Era como se aquela blusa fizesse apologia de que alguém ou algo que fizera aquilo estivesse gostado bastante, passando a língua nos lábios. Saboreando-os.
William pensa consigo;
"Mas foi gostoso. Tudo na verdade. Desde de os gritos berrantes de súplica pela própria vida. Até ela ter acertado minha cabeça com uma pá achando que tinha me matado, e depois eu voando em cima dela simplificando toda a história, fatalmente, o final mais esperado de todos...".
Bradley era um cara legal, meigo. Jamais se recusara a ajudar alguém quando essa pessoa estava realmente precisando.
Mas o outro cara.
Ele assentiu para o reflexo no espelho com os longos cabelos atrás e curtos e cortados na frente também caídos na testa. Negros como o reflexo.
Alguém lá vai surgindo dentro da escuridão, de repente toda a sala estava afundada em uma ausência de luz, o tempo parou. do outro lado "o outro cara" sorri para ele.
- O outro cara. - Ele solta em um tom de sussurro.
- Morcegos hematólogos podem se alimentar de sangue humano mas acontece raramente. - Deeds diz, apontando com a varinha indicadora à algumas anotações na lousa. - Talvez uns caipiras ou viajantes que estão indo pela a primeira vez para alguma viagem à grutas ou florestas. Indo de encontro ao habitat deles. Se raramente eles mordem humanos, então também, raramente o encontro é fatal. Sabemos que nossos camaradas não podem se alimentar de todo o líquido sanguíneo de uma vez só, mas em camaradagem com seus outros amigos famintos, se assim posso dizer, eles fazem estrago. Fazem uma verdadeira bagunça.
"-Isso é verdade não é? William." - Do outro lado, no seu reflexo, aquilo lhe contava.
Era preciso somente um cheiro de sangue, o resto era liberado por quase um século sem provar gosto de sangue animal ou humano. Ele era um sanguessuga diferente. Se ele se conter, sem incidentes, gados sumidos e encontrado mortos á quilômetros de distância, humanos desaparecidos e depois descobertos de uma forma deplorável, então ele poderia sobreviver comendo comida normal de um ser humano. O grupo de ufologia adolescente da rua - Plentz, 98 - culpava logicamente os alienígenas (se houvessem os amiguinhos raivosos de outros planetas e descobrissem o que William vinha fazendo, certamente o próximo a sumir seria ele).
Era como uma ânsia forte crescendo e crescendo dentro de si. Sob duas salas de distância, vinte e cinco metros retos, alguém se corta com um papel, o polegar derrama algumas gotinhas de sangue. William Bradley sente o cheiro.
Uma risada em silêncio de algo dentro de si o diz:
"- Você poderia me libertar, não é? Imagine o sangue. Vermelho vivo. É puro, eu reconheço, um sangue infantil. Este não têm nem pêlos no saco ainda - Sangue virgem é o melhor - é como aquela sobremesa de pudim ou gelatina que você encontra em um dia quente - É refrescante!
Imagine William... Aquela caixa de suco ambulante. Poderia espremê-lo como uma fruta, até então sentir o seu suco descer por sua boca. Depois a carcaça nós jogaremos em um buraco, ou em um triturador tamanho grande. Imagine William, Imagine.
Apenas imagine".
Algumas horas depois:
Deeds Stomps estava sentado na sala dos professores, que coincidentemente era vizinha a sala que havia dado aula. Está em um clima de fim de aula com todo o barulho dos alunos conversando, rindo e berrando - Ele não via razão para a qual aqueles garotos faziam aquilo, certamente o assunto "palmatórias e rigidez" passavam de longe por suas casas. Ele não culpa-os, pois aqueles tempos foram de fato horríveis.
- Professor, pode dar uma palavrinha comigo? - William estava de pé na porta com a mão na maçaneta quase adentrando a sala, esperando apenas um olhar de aprovação.
-"Na verdade não" - Deeds pensa. Logo depois vem algo mais cansado a mente. "Ah, eu não vou falar isso" - Sim, meu camarada, o que se passa?
- É sobre a aula de hoje.
- Não anotou a agenda, ou talvez, não anotou os exercícios. Você estava desviado hoje, eu percebi. Mas se for somente isso, poderá pedir aos seus amigos, sabia? Um segredo entre nós, eles não mordem.
Um sussurro quase automático sai de imediato a essa afirmação - "Mas eu sim".
- O que disse, Will?
- Eu disse, "não é nada disso".
- Então, qual o seu interesse nisso?
- Os morcegos, hemafolos.
- Hematólogos, Will...
- Sim perdoe-me. "Hematólogos" - Os dedos de William fazem um sinal de aspas, um tipo de mini-deboche. - Eu gostaria de saber se eles mordem tudo que está pela frente ou se há algum tipo de limitação ou talvez um tipo de autocontrole de quem morder.
- Aonde quer chegar William? - Sua face muda de feliz para um jeito duvidoso em poucos milésimos.
- Se existe alguma limitação para o que eles mordem, saca? Se há algo que eles não fazem, não sei se eles caçam sempre. Eu quero saber o que substitui o sangue. - O rosto de Deeds se espanta com aquilo em um sessão de pés tremendo e pernas cruzadas e os olhos um pouco esbugalhados.
William percebe que está quase entregando o jogo, e recobra-se, consertando:
- É para uma pesquisa de um cursinho que estou fazendo, aproveitando a aula, não têm pessoa melhor para perguntar a respeito do que meu próprio professor.
Aquele espanto vai embora e William respira por dentro em sinal de alívio.
- Ah e porque não disse antes? Tome pegue isto. - Atrás deles há uma estante de livros e ele deda um e puxa com o indicador, ele cai sobre a palma de sua mão, logo, ele estica para dá-lo para Will.
- O que é isto?
- Leia homem!
- Universos de voadores, Vol.1?
- Tudo o que precisa, não somente sobre morcegos mais sobre todo o resto.
Will observa um pouco a capa de couro do livro. E se dá conta de abrir e olhar o sumário para ver onde estava a parte que falava sobre morcegos.
- Página 76, tipos de morcego, alimentações e habitats.
-"Veremos o que eu como, estou com fome a bastante tempo... William,
seja bonzinho. Alimente-me."
William Bradley estica os pés em cima da mesa de casa, dentro de seu quarto. Não era um castelo como antes, eles haviam queimado aquele, mas era uma casa com uma aparência americana. Os móveis eram atualizados, nada de formações rústicas, era algo sofisticado e caro. Paredes pintadas, não mais madeira. Um forro de gesso no teto. Seu quarto tinha papel de parede, uma família amarela sentada em um sofá - (era isso que jovens daquela época gostavam de assistir.) Ele havia pesquisado sobre aquela época em um laptop depois de terminar o curso de informática quando ingressou de volta à cidade, passou décadas escondido na floresta, e tinha que se adaptar ao núcleo humano novamente. Vendeu o baú de jóias que levou consigo, do castelo, para a floresta. Ele não sabia que as pessoas comprariam aquelas velharias por muito dinheiro, bem mais alto do que comprou, tanto dinheiro que não tinha onde colocar tudo que recebeu.
- Bem vejamos... - Seus polegares circulam a capa do livro, sua mão direita abre e a esquerda vai até a boca para roer as unhas.
Página 76 -
Insetívoros
Alimentam-se de mosquitos, mariposas, besouros, baratas e outros insetos, capturando-os em pleno vôo.
Polinívoros/Nectarívoros
Alimentam-se de néctar, pólen e, às vezes, de parte florais.
Frugívoros
Alimentam-se basicamente de frutas.
Carnívoros
Alimentam-se de peixes, rãs, camundongos, aves e outros morcegos.
Piscívoros
Alimentam principalmente de peixes, mas inclui também em sua dieta crustáceos e insetos.
Hematófagos
Alimentam exclusivamente de sangue.
Obs: Há um tipo de morcego que se alimenta de tudo isso. Um alimento substituindo o outro conforme sua necessidade, de alguma forma, é um tipo de anomalia genética e é muito raro acontecer. Estima-se 0000000000000000000000000000000000000000000000000000001% tem chances de ser um morcego assim. Apenas um único animal assim na história foi capturado, analisado e registrado, dando a ele o nome de um personagem fictício do cinema - Sim, Conde Drácula.
E pode ser bem menos que esse valor, pois, com base nos estudos da genética do animal, certamente poderia ter sido fruto de outra união anormal entre animais de diferentes alimentação, tais como:
Hematófagos+frugívoros.
Carnívoros+ Piscívoros.
E etc.
Tentaram fazer um morcego assim, utilizaram um hematólogo, o alimentando com todos os tipos de comida, durou 5 meses até ele ser encontrado em estado vegetativo dentro da gaiola. Estudos disseram que ele não sentia gosto dos alimentos e seu organismo se adaptou, por ora, logo depois rejeitou sentindo uma saudade mútua de sangue.
William rejeitou o resto. Era informação inútil.
- "Então eu só preciso tentar, alimentar normal, sem mais sangue;animal ou humano;nada. Apenas tentar." - Ele pensa.
Ele estava no Queen's, um restaurante de comida rápida. Sentado uma hora observando o cardápio outra observando o cozinheiro que assava batatas fritas no óleo e as escorria em um escorredor inox. Ele também observava William. E parecia um robô também - observando-o sempre, e assando as batatas sem precisar olhar.
- William, já escolheu amorzinho? - Becky diz. Uma loira de olhos azuis e cabelos relaxados até a cintura. Ela era do tipo "dada à todos", não fazia o tipo de William, até por que ele não tinha um, mas ele precisava se camuflar novamente, então uma namorada era do tipo, "eu sou alguém de família, faço o que jovens fazem, não coloquem seus olhos gordos em mim". Mas aquele cara da fritura, o que raios ele quer? - Will pensa e então coloca o cardápio sobre a mesa e diz a Becky:
- Eu gostaria de comer o que você vai comer, meu amor.
Bradley faz uma análise mental de todo mundo que está ao seu redor em sua mesa:
Comigo estão mais dois casais, Tommy Benn e Jenny Torbes , Lian Silvestein e Camille Noobysin.
Tommy era loiro e tinha olhos castanhos, não era muito de papo. Jenny era a divertida do grupo e rira sobre quase tudo, sua melhor amiga Camille era totalmente ao contrário, usava roupas pretas e não sorrira muito - era surpresa para qualquer amigo quando ela abrira a boca e você podia ver pequenos quadrados metálicos. Eles falavam algo do tipo "Camil você usa aparelho?", e ela pensava em dá uma resposta curta e grossa como "Claro seu retardado, não vê?, mas a resposta era longe disso, "Sim, faz mais de um ano" - Ela tinha amigos que estavam próximos bem mais que um ano e até eles não sabia da existência desse aparelho. Lian era forte e definido, atraía muitos olhares das outras mesas, garotas das quais olhavam para ele e ele sempre retribuía o favor com uma piscadinha quando Camille não estava olhando. Becky era muito amorosa, se entregava muito fácil a alguém. E é só. Suas curvas são encontradas em qualquer modelo, mas aquele jeito de morder os lábios enquanto fixava os olhos em algo é único.
- Eu preciso ir ao banheiro pessoal, volto já. - Will diz.
- Limpa bem essa bunda! - Lian diz. Tommy apenas olha de lado de um jeito esquisito e ri.
- Não quero mãos sujas de fezes tocando a comida, isso me dá nojo. - Camille diz, e Jenny apenas a observa com um olhar bravo. Becky não liga muito, está ocupada no whatsapp com os amigos e não dá bola para as bobagens que seus amigos dizem.
- O que é? Apenas dei minha opinião... Não pode nem fazer isso agora? - Ela continua com o olhar bravo sobre Jenny mas tudo é apagado com o garçom chegando e puxando de dentro do bolso o seu bloco de pedidos.
- Já se decidiram?
- Batatas fritas e hambúrguer de frango com catupiri. - Tommy diz e olha para Jenny. - E para minha gatinha um frango empanado, não é isso amor? - Ele passa a mão no cabelo dela em um gesto afetivo. Ela afaga as bolas dele por baixo da mesa e ele dá um pulinho sentado. Depois ela anui pra ele com a cabeça.
- Sim e o que mais, vocês três vão querer alguma coisa? - Camille observa o estofado vermelho vivo onde todos estão sentado e diz em um sussurro para si mesmo "eu odeio essa cor". Lian responde por ela que vão querer o mesmo do que os amigos pediram.
- E você mocinha? - Bobbie diz.
Becky ainda estava no cell e não prestou atenção no que Bobbie disse. Tommy estala os dedos diante dela, como um hipnotizador faz para acordar alguém do transe.
- Aê retardada! - Ela acorda daquele mundo virtual e o observa confusamente. - Ele perguntou o que quer.
- Ah sim, me desculpa - ela bate a ponta do celular touch na cabeça de forma patética para simbolizar o quanto estava desleixada. - Vou querer duas sodas de limão e... - ela olha para o cardápio na mesa pela ponta dos olhos, pois ela ainda não tinha se decidido o que realmente iria querer, Will passou a maior parte do tempo com o cardápio, então... - Ela chega a uma conclusão. - Dois hambúrgueres especiais, mas sem muitas ervilhas nos dois.
Bobbie sai andando de costas por um momento e dando a frente para a bancada novamente, abrindo a tábua que servia tanto de porta quanto de mesa no balcão. Some depois da cortina onde dava para a cozinha.
Lian faz uma piadinha de garçom, da qual somente ele ri.
Está lotado naquela noite no Queen's. Pessoas entram e saem constantemente. Afinal a comida saíra em pouco mais de dez minutos, por isso o restaurante era apelidado de "O mais rápido da cidade e gostoso" pelos jornais locais.
Se inicia uma guerra de canudos na mesa entre Tommy e Lian. As garotas conversam sobre roupas e variedades da moda.
O cara que assava as fritas fora substituído porque havia ido ao banheiro e ou talvez fumar um cigarro do lado de fora e não voltou mais, afinal, as coisas não podiam parar, clientes com fome são clientes nervosos e clientes bravos não costumam pagar pelo o que comem, apenas vão embora.
Dentro do banheiro, alguém está imóvel sentado no aparelho sanitário. Suas calças não estão caídas. Suas pernas estão esticadas para ambos os lados.
William está diante do espelho alisando os cabelos para traz. Pelo canto de sua boca uma gotinha de sangue escorre.
"Ótimo Will... Esse é você. Esse somos nós." - Uma breve aura dentro do espelho diz e some. Pensamentos ficam distantes quando alguém bate na porta.
- Ei cara, está com dor de barriga é? A comida já chegou. - Ele reconhece a fala de Tommy de longe, "aquele cabelo loiro partidinho como se fosse uma mulherzinha". - ele pensa.
Tommy abre a porta. - Aê mano que merd# é essa no seu rosto?
- Uma mosquito me picou no rosto cara, apenas.... um patético mosquitinho. - Will pisca para ele depois de dizer. De uma forma convincente. Esperando uma piadinha patética.
- Ainda bem. Porquê se fosse em outro lugar, você não ia gostar. - Ele estende a mão sobre o ombro de William Bradley. Os dois saem do banheiro como se fossem irmãos, ligados pelo braço nas costas.
Dickinson está sentado no aparelho olhando para a luz, sua garganta totalmente dilacerada. Embora fosse negro, naquele momento, ninguém podia dizer como era seu tom de pele. Estava um tom adoecido.
Will repete a frase em seu consciente.
-"Apenas um mosquitinho patético". - dessa vez, ele ri incontrolavelmente entrelaçado com Tommy, o apertando forte. Tommy ri de volta para ele, inocentemente.
- "O próximo será você Tommy."
- continua...
30/09/15 - Próxima postagem amanhã, dia 01/10/15.
Uma boa noite.
....
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