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sexta-feira, 22 de maio de 2015

O náufrago 21 (5)

16 de agosto, 4:41

Eu vi... Sim e é terrível. Há uma pessoa lá com o crânio partido. Mas é estranho pois. Ela está viva. Há pessoas presas em jaulas de aço. Toda noite chicoteiam-na com espinhos( há uma separada de todos) , eu vejo o chicote com as pontas cobertas de espinhos, são duas. Seus braços estão torcidos para cima, ela não é totalmente humana, há partes do seu corpo costuradas com partes de animais.

Voltarei a entrar em detalhes quando investigar melhor isso...

O náufrago 21 (4)

A rede é jogada ao mar. Peixes são encontrados entrelinhados com alguns pertences como botas, um casaco camuflado do exército e uma boina.



                                                          

                                                             - Parte 04 -


14:25, 9 de agosto.


Os últimos dois dias fiquei ocupado com uma tenda e cordas feitas de fibra de coco (única coisa em abundância por aqui, onde eu olho na areia eu vejo). Não tive tempo para escrever, pois ocorreu um fato bastante interessante. Rastros enquanto juntava as fibras, rastros de três pessoas, três pares de pés, para onde os mesmo que vi na noite anterior estavam indo: O leste.
Isso prova que não enlouqueci. Mas o que raios há de ter lá? Eu sei que logo logo descobrirei...

15:25, mesmo dia.

Volto a escrever para passar o tempo. Estou em um ponto cego da praia ( eu tentei observar e comprovei), eu tenho a visão dela inteira ( talvez seja essa a razão de eles não me verem aqui em cima mesmo com a fogueira acesa). Tenho lápis, mas se o papel acabar não poderei repôr com nada. Este é o diário de bordo do N.S.S Nay Tender, os outros foram dissolvidos como açúcar em um copo de água, mas essa água é muito salificada. Este foi o único que consegui recuperar.
Vagas memórias de saltar do barco pela noite me chegam como flechas disparadas de um arco desgastado. E também de ter chegado na praia sozinho. Me lembro de uma reunião de capitães, generais e coronéis. Discutíamos sobre o início da guerra no Vietnam. Essa memória é despedaçada no ar em um livro de imagens incompletos, pulei do barco e nadei ao bote vazio e uma onda quebrou em cima de mim. Ainda me recordo de ser acertado na cabeça, é só disso que me lembro agora...



















o náufrago 21 (3)

O terceiro rolo é lido e ao mesmo tempo repensado no paradeiro daquele homem. Observando algumas ilhas ao longe, onde estaria ele?



                                                    - Parte 03 -




00:21, 7 de agosto.

A luz da lua é forte. O reflexo embaçado pelas ondas do mar, me deixa em dúvida de onde começa ou termina o céu, parece mesmo haver duas luas dividindo o mesmo velho céu...



O pescador ajeita sua rede no quarto do barco, se acomoda para ler o resto da história com pensamentos perturbadores sobre o que poderia ter acontecido, já que se passaram 3 meses desde quando ele escreveu aquela carta ( deduzindo que seria no mesmo ano).




2:45, mesmo dia...


Como eu temia, a madrugada começou com um frio arrepiador, pois a fogueira se apagou por estar sem combustível para manter-se, e isso tirou meu sono. Durante o período do "apagão" que o fogo deu, até alguns minutos atrás, eu vi sombras transitarem pela areia da praia em direção leste. Também consigo ver uma luz por cima dos pequenos amontoamentos de areias. Realmente não estou sozinho...



















quarta-feira, 20 de maio de 2015

A casa do Barco: a dança dos mortos

"Não importa, um perigo ainda era um perigo.- Me diga como fazer... há corpos pelo chão, há sangue espalhado até o teto. E também há desgraçadamente uma falha neste vinil que parou em Melody of Tears de Beethoven.."






Os rapazes procurados eram Ronnie Jim e Robin Smith;(O chamem de Rob e Ronnie, jamais Jim ou Robin, se o contrário fosse recitado, cabeças iriam rolar); 
 - Os rapazes era ambos cerca de um metro e oitenta e cheiravam a terras viradas do Texas, ou talvez rejeitadamente, alguma terra cercada de caipiras. Levando em consideração a barba mal feita de Rob e o rastafári laçado apertadamente por uma fivela metalizada que dizia "Marley", pelo qual a palavra "Bob" que viera antes já fora há muito tempo apagada. Levando em consideração. Eles eram filhos-da-mãe mal agradecidos. Falavam pouco. Ajudavam a todos pouco. A única coisa neles eram uma estranha sensação de que algo iria acontecer. Ficaria com eles por alguns minutos e iriam saber ocasionalmente uma fenda entre conversas do tipo "Reggae" e "Sobrevivência", que estou completamente certo. Rob ajudava mais. Corria para a floresta com um machado envelhecido e voltava com belas toras de madeira cortadas tão perfeitamente como se fossem partidas com uma serra motorizada. Havia uma garota com eles, tão feia. Mas era uma boa pessoa, era legal. E também... - as palavras de Lecter Humpt são interrompidas por um estremecedor som evacuado de alguma pessoa gritando lá fora - logo que iria continuar, Tommy Knowleds toma à frente do barco para acrescentar algumas coisas:
- Por Deus você está certo. Era feia. Mas o que a salvava era porque ela era legal. Poderíamos conviver com ela, mas ela não queria conviver conosco. Uma garota que idolatra a cidade grande e que jamais se acostumaria viver na natureza. Talvez fosse o meu perfume que a espantou - Lecter e Tom entram em risos finos em baixas escalas sonoras, quase os sussurrando - Mas ela tentou. Esse é o importante e em vez de voltar para o Texas parou em Salem e por lá ainda deve estar até agora. Agarrada a algum namorado. Agarrada a alguma esperança. Enquanto estamos aqui. Presos nesse nevoeiro. Sozinhos. Quem sabe quem ainda está lá fora vivo ou que ainda não fora morto achando que esse nevoeiro é qualquer outro que atacara Lane City. Não é. Todos aqui sabem que não é - sua voz permanece interrupta mesmo com alguns empecilhos sobrecarregados de catarro enviados pela tosse em sua garganta - Agora dois garotos que eu nem conhecia bem, se vão. Mas se ainda não bastasse. Levou o que faria nossa imaginária proteção por aqui. Eu tenho apenas algo a dizer sobre isso: Que Jesus esteja conos-co!.
Seus olhos estão mais vivos do que antes, um pouco de colírio Hyabak (10ml - 0.15%) fizeram os secos olhos se tornarem lubrificados por algum tempo pelo menos. Ele fora arranhado no rosto, mas não contou como anteriormente (talvez estivesse tão evidente que nem precisasse dizer).
Uma voz feminina tão doce quanto doce de goiaba em anos de conservamento e asseguramento de uma boa qualidade, dita palavras de razões interesseiras e raciocinativas:
- Não podemos ficar aqui, não é seguro mais. Sem armas ou qualquer coisa para nos defende. Maggie e eu estávamos na cozinha e até as facas sumiram - diz Madênia com as pernas cruzadas e as mãos na cintura mordendo os lábios.
- Ela está certa. Aqui é óbvio demais. Eles levaram nossas armas e sei onde está outro arsenal guardado. Evidentemente é para lá que nós vamos - diz Tom.
- Se aquela coisa ainda estiver lá? - questiona Joe com certa aspereza na voz.
- Em uma hora dessas lá é um lugar menos provável e ele já deve ter ido embora em busca de alimento - retruca Chawer em um tom mais seguro.

Os seis. Lecter Humpt agarrando firmemente as pernas com as mãos em uma posição que o deixava de frente, e seus braços em forma de quem seguraria uma bola, mas que seguraria ali no lugar o peso morto das pernas de seu irmão. Tom Chawer segurava por seu peitoral como quem segura um bebê recém-nascido. Apoiando cuidadosamente sua cabeça apontada para cima recostada em seu peito.
Freedie Joe com o braço entre-arcado no pescoço de Madênia com a outra mão que estaria livre, senão fosse a dor agudamente irritante em sua costela esquerda, pela qual ele apalpava com a mão fazendo pressão, pois, isso ajudava-o mesmo minusculamente quase insignificantemente a dor parava de moer seus ossos um pouco. Maggie segurava um lampião que em meio ao vendaval suave que fazia seus cabelos sobrevoarem no vazio, acentuado pela luz anunciavam tons mais avermelhados em seus longos cabelos.
Poucos passos diante da casa do barco. Um piano que parecia uma voz gritante apontando um jeito estranho de ser tocado ou falado se assim queira, uma música, uma incomodante música fina de um vinil velho que estava parado rente à porta de entrada, que girava e girava em movimentos notórios de uma saliência na parte de onde se coloca o disco. O fazendo, toda vez que chegava em determinada parte do giro, perder um pouco o eixo e levantar-se um pouco.
A porta é aberta agravando um rangimento solto e avacuado.

"- Por Deus, Ronnie e Rob, Elissa e Camille. Todas aqui. Esse sangue, esse cheiro. Mortas tão brutalmente quanto uma ave ser acertada e abatida por um martelo vigoroso e torturador."

Maggie solta o lampião naturalmente por culpa de anseios de vômitos sucedidos de tremedeiras em suas pernas. Ele o quebra, e Madênia se solta de Joe que já estava recostado na entrada da porta direita, e Segura nos seus ombros. Seus joelhos se curvam abruptamente. Madênia a acompanha no movimento se agachando até o chão.
Lágrimas são reveladas para a luz que estara acesa com alguns cercados de moscas.
A música de Melody of Tears ainda permanece travando em uma parte relevavelmente triste.
Tom Chawer e Lecter Humpt reposicionam Tommy à uma cadeira de balançar no canto da casa de barco.
Maggie e Madênia permanecem abaixadas noutro canto à esquerda. Maggie ainda lamenta à amiga Camille.

Lecter pára o vinil e o quebrar na parede.
A parede próximo a prateleira de livros e remédios acompanhados de munições dentro de velhas caixas, está repleta de armas. Eles não tocaram em nada. Está tudo do jeito que Joe ajeitara da última vez.
Eles se reúnem no canto da sala mais adentrado para à casa.
Madênia deixa Maggie no chão para se recompor quando quisesse. Busca na prateleira curativos e ataduras para auxiliar Tommy.
Tom Chawer se arma para uma possível "guerra", de uma forma tão sangrenta que iria aparentar filmes de terror "idiotas" que Joe gostara de assistir. Lecter avista um velho freezer com algumas sardinhas enlatadas, sopa também enlatada, feijão,molho de tomate, tudo enlatado. Mas ainda era uma boa e considerável comida, que fazia Lecter imaginar que eles passavam mais tempo na casa do barco do que na própria casa.
Um clima tenso subitamente provocado pelo rádio recém ligado que Lecter achara em uma das prateleiras.
"Viva! Eu quero ouvir mais alto. - viva! - é isso aí o canal de música rhythm and blues é aqui. E mais uma vez nossos espectadores gritando - Viva!-...", a voz ira se perdendo e se perdendo em um tom tão baixo que ficara impossível ouvir, até que o som cresceu em grandes ondas de estáticas.
Batidas fortes solando o chão de forma violenta são efetuadas parecendo que as paredes estavam entrando na festa também tremendo como num dia de chuva tempestuosa.
Todos correm exceto Tommy e Joe, que descasavam à sombra da prateleira um pouco ocultada nos fundos.
Os mortos dançavam do lado de fora da casa do barco. Estavam despidos e o ritmo seguido era amedrontador tão ameaçador quanto rifles apontados em suas faces escorregando o dedo no gatilho a cada segundo. Faziam gestos desconhecidos, e em círculos mostravam que estavam controlados por fios por alguém. Alguém os observam. A luz era falha. Não se podia ver. Na verdade, se podia sentir e sentir com calafrios espalhados por cada fio de cabelo de corpos medrosos.
- Te-temos de fazer algo... e-e-eles vão le-leva-los embora... - diz Humpt com balbúcie.
- O que vamos fazer? eles estão MORTOS - diz Tom Chawer com um tom estremecedor, destacando a palavras mortos, fazendo com que os mesmo deixassem de dançar e ficassem parados no ar de cabeças baixas.
- E o que vêm agora? - interroga Humpt de maneira plausível.
- E-e-eu não s-ei - responde Tom em uma incerteza arrepiadora, não era o seu jeito.

A janela da porta tinha mais ou menos um metro de altura e começara pela parte de cima da grande e branca porta. Tinha desenhos feitos pelos irmãos, marca das mãos minúsculas de ambos quando eram apenas pernas franzinas dentro de roupas que hoje em dia ninguém mais veste seus filhos. Duas janelas como descritas. Em cada uma delas, corpos iam sendo arremessados como quando eram pequeno e jogavam pedrinhas nas janelas do Sr. Parkinson, que logo os dedurava para seus pais.
Corpos sem vida, que se espatifavam com um som violento parecido ao saco de lixo quando jogado no triturador. Sangue também era espalhado para todos os lados. Era uma cena histérica vivenciada ali. Voavam como passarinhos desnorteados que batiam na janela e com suas asinhas quebradas deitados no chão, entravam em óbito solenemente.
Tom Chawer apronta seu rifle. Treme.
- Vamos tom, atire, atire logo! - diz Lecter.
- Não posso. Eu não sei. Me diga, me diga como fazer...- diz Chawer com seu dedo tremendo ao gatilho.
- Um perigo, ele é um perigo. E você sabe - a voz da razão lógica grita em seu peito estupefacto - Bem um perigo ainda é um perigo. Não queremos que ele machuque à Tommy e Joe, queremos?
Tiros são disparados em resposta brava à pergunta retórica de Lecter.
Agourando, gemendo disfarçadamente. Parecia um cachorrinho colocando o rabo entre as pernas e andando lentamente para longe. Um cachorrinho que não ganhou seu osso de natal. Aquela coisa foi acertada, e acertada em cheio...




Alguém menor e mais ágil observara e calculara friamente os passos de seis comidas ambulantes dentro de um só local. Talvez aquilo que fora acertado seria seu pai ou alguma coisa do tipo. Suas orelhas se dobram. Seus dentes rangem com força em uma boca saliente e faminta. Atrás, uma espécie de frota de aberrações vampirescas correndo em direção à casa.



O crepúsculo estara longe de chegar.  O sol ainda era uma criança. Se quisessem luz natural para observar melhor aquele estranho lugar, então, que esperassem-no crescer.






#Continua...






terça-feira, 19 de maio de 2015

A casa do barco: Outra Face

A tempestade enevoa até a caixa de correio poucos metros depois da placa "Residência Foster", de uma forma ou outra parece que ela jamais esteve... lá.




O rádio mostrando-se cheio de vida parecia ser a única coisa interativa naquela casa silenciosa, apenas cochichos são ouvidos como se fossem almas penadas por ali.
- Olá, eu sou Carl River com mais um Lotus News. Vamos começar o programa com notícias tristes sobre o nevoeiro, doze crianças do norte de Lane City desapareceram. Mais duas pessoas, agora adultos do centro da cidade também sumiram, e por fim, um grupo de sete pessoas migratórias que vivam na floresta...
O corpo machucado agora fora da maca e em cima da cama, levanta-se lentamente e tosse algo tão seco quanto as palavras sobre os desaparecidos no nevoeiro. As garotas estavam sentadas próximo ao rádio tentando mudar a frequência bem no momento do que Carl iria dizer o nome da floresta.
Chawer franze os os olhos para a direção das meninas sentadas alguns metros depois da lareira.
- Tem algo que eu preciso saber sobre isso? um grupo de sete estranhos para mim, nesse nevoeiro, sentados aqui em casa, eu perguntarei novamente, tem algo que eu precise saber?
Os olhos machucados já atravessando a cozinha, saindo do quarto nos fundos dela. Com um dos braços no estômago para apaziguar um pouco a dor e o outro se apoiando nas paredes e portas que encontrava no caminho até a sala. A pergunta continuou sem resposta...

Oito horas.

"eu me lembro... aqueles olhos... eu devo contar o que vi? eles ficariam preocupados demais."

De um jeito estranho ele começara a falar, mas ainda sim ocultando os fatos que deveriam deixar todos com aspectos nervosos - estava de noite e o nevoeiro não era um problema naquela floresta diferente de outras regiões da cidade - Os lampiões estavam piscando contrário o vento parecia que alguém assoprava e alguém reacendia, era um ciclo que chamou minha atenção. Não temos rádio na floresta preferimos abandonar as máquinas feitas pelo homem ou qualquer coisa que não esteja presente na natureza. Havia uma fogueira no centro e se concentravam lá a maior parte das pessoas; era uma pena pensar que alguns nem chegaram a acordar no calor do momento, eram gritos e mais gritos e ninguém conseguiu ouvir, mortos antes de isso acontecer; Os arbustos estavam nos rodeando mesmo o nevoeiro cobrindo era uma certeza de que ele sempre estivera por lá; As folhas se mexiam violentamente pareciam vivas andando em direção a todos nós. Estávamos cercado, uma certeza que dilacerava meu estômago e o congelava mostrando que o que raios estivesse ali perto, iria atacar em breve. O primeiro grito tão agudo quanto a ponta de uma agulha foi ouvido do leste ou oeste, norte ou sul. Como raios eu poderia saber? o nevoeiro era tanto que não havia como dizer onde se encontrava a minha barraca que eu tinha certeza que estava colada ao meu calcanhar, e que desaparecera. Eu ouvi algo como papel rasgando insolentemente e uma mangueira estourar jogando água em todos. Era algo como a chuva. Mas não era água. Era uma chuva de sangue. Sangue podre que cheirava mal e pesava. Pernas e braços foram jogados como uma bola de beisebol batida do taco, eu reconheci um deles por estar com uma pulseira que dizia "I love Maine", era Susan Roff. Uma garota de doze anos que andava de uma maneira estranha mas era uma garota legal... Naquele momento eu soube que era um erro estar lá, por algum motivo eu não escutei a si próprio e busquei quem eu conseguia - seus pés e mãos começam a tremer, uma tosse, duas tosses, já estava se tornando algo viral - Eu andei para frente apontando um lampião improvisado que fiz para o meu norte afim de abrir algum caminho. Eu encontrei alguém... de joelhos e uma bíblia ao lado, achei que estava rezando, mas aqueles olhos se viraram para mim... Azuis como o oceano pacífico. Jenny. A minha Jenny. Olhos esbugalhados se enchendo ao redor da íris de um tom vermelho como o sangue que estava caindo pela sua boca. Eu corri. Eu sei que poderia estar errado, era a minha garota, mulher que amo mas, o que eu poderia fazer? fui acertado na cabeça... minha memória falha aqui, só me recordo de alguém me carregando para perto do fogo - suas mãos tateiam alguma outra perto para compensar a visão escurecida.
Madênia e Maggie apressam alguns passos em sua direção para socorrer-lo.
No outro lado da sala Chawer encara Lecter friamente e a resposta é um giro de costas para "observar" o quadro de um rebanho de alces correndo pela floresta.

Freedie Joe observa todos de um outro canto da sala próximo ao rádio. Liz, Maggie e Lecter...; seus olhos esgazeiam as sombras desnorteadas sumindo em meio a floresta.
Sua língua trava ao ver que o rifle da parede desapareceu - Alguém viu Rob e Ronnie? - os olhos inocentes e duvidosos de todos se entreolham para declarar que eles definitivamente sumiram em um passe de mágica e os espectadores não perceberam o truque.
- Como pode? Nós não o vimos sair? - interroga Chawer
- Procurem suas armas... o rifle da parede sumiu, verifiquem para ver se não foi somente isso! - diz Joe.
Tommy cobre os olhos com uma das mãos. As cinco almas procuram repentinamente algum resultado dentro de gavetas, estantes e baús. Todas as armas sumiram...
Agora Tom esvazia seu glóbulo ocular exclusivamente em Lecter.
- Não me culpe, eu não sei o que houve. - diz Lecter Humpt
- Foi eu que entrei com eles? - ironiza Chawer

A madeira arde em poucas centelhas esperançosas que cruzam a sala formando uma mulher que aponta para a saída.
Uma visão se abre...
As palavras doloridas e fechadas se curam e se abrem para uma única palavra. É a única coisa que Tommy pode dizer:
- Jenny?

as palavras vão ficando distantes e mais distantes além da porta entreaberta. Duas pessoas estão lá fora sentadas observando e rindo malevolamente. Rostos sombrios que conseguiram uma vantagem. Acima deles, alguém se abaixa pronto para agora completar sua refeição... Gritos secos são ouvidos de dentro da casa fazendo a moça sumir, deixando apenas rostos confusos e almas machucadas.
Um último pensamento para eles é enviado de olhos agora inteiramente cegos.


" Robin Smith, Ronnie Jim. Me perdoem por não contar. Agora eu também estou pagando por isso, que suas almas descansem em paz acima de meus erros e pecados envenenados..."



Uma voz ri alto. Não é humano. Com certeza aquela rouquidão seguida de jeito louco e negro não é humano. É uma aberração. Uma marionete extra que grita por atenção, ou um lobo mestre faminto por sangue...





Continua...









 

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