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sábado, 28 de fevereiro de 2015

A casa do Barco

"Quando os olhos se esbugalham, e as batidas do coração são ouvidas, é a hora que você tem certeza de que, não há nada entre você e o medo".





Era uma época sombria de 95, o vento brisava de uma maneira estranha, e o nevoeiro tomava conta de Lane City.
-Olá aqui quem fala é Carl River da Lotus TV, e a previsão é de muita neve na estrada e em toda a cidade, e se não quiser acabar perdido no nevoeiro é melhor ter um farol, quando andar pelas estradas "27", "41" e "12", pois é muito fácil se perder com o tempo desse jeito. É recomendável ficar em casa, e permanecer até o término dessa nevoa. Para mais Informações, Danny Perker da previsão da Lotus Time.
- O tempo é de extrema alerta, saídas de casa pela noite apresenta muito risco, pois com o nevoeiro pesado só é possível enxergar 1,30m de distância, e diferente do que nosso amigo River disse, um bom farol não vai ser tão útil. A temperatura varia de -4 a 6 grais, e há uma chance que durante a madrugada a temperatura caia mais dez grais. O temporal é previsto para durar 2 dias, e pela manhã terá sol mas a temperatura permanecerá em torno de 7 grais. Aqui é Danny Perker com mais um Lotus Time, é com você Carl River.

A TV  é desligada antes que Carl diga mais alguma palavra. Em um tom de ignorância Tom Chawer diz:
-Isso é obra do governo, querendo acabar com nossas caças noturnas, aposto como é mentira tudo que esses apresentadores de merda cagam na TV. E digo mais, eles concordam com essa droga porque não são eles que são prejudicados ou que têm de suar a camisa para pôr comida na mesa. Não acha Freedie?
-Eu só digo uma coisa, hoje aqueles malditos lobos que fizeram aquela bagunça na casa do barco, vão me pagar.

Freedie Joe é mais velho que Tom e são irmãos. Desde sempre viveram a vida caçando animais pela neve, Joe já foi do clube de tiro, e Chawer aprendeu a atirar com seu irmão. A vida era tranquila na cidade, e apesar de uma vez ou outra haver temporais, os dois jamais deixaram de caçar durante a noite.
Lane city é uma cidade vasta, e muito fácil de perder alguém que não conheça a cidade e se atreva a desbrava-la pela noite. As estradas são todas iguais, a única diferença não notada quando se está escuro, são as placas que mostram para onde o caminho termina. A iluminação não existe na estrada 41, quando anoitece realmente parece que não há caminho algum por lá.

Já passava das 11, e Joe e Chawer se apressavam para arrumar a mochila e o equipamento de caça.
Chawer não gostava de noticiários, pois achava que eles eram controlados diretamente pelo governo, e achava que o governo oprimia pessoas que não têm uma boa renda familiar, que mora afastado do centro da cidade, ou que não tem certo nível de estudo.

-Joe, sabe onde está o meu rifle?
-Está na casa do barco, deixa que eu vou buscar e aproveito e pego as munições.
-Ah, ok.
Freedie Joe abre a porta, e o vento balança seus cabelos ruivos, grãos minúsculos de neve entram junto a brisa.
Enquanto perto da lareira, Chawer troca suas botas, embala alguns suprimentos para a viagem, e se pergunta sobre a nevoa que toma conta da cidade e as notícias que passaram na TV.
-Argh isso é só frescura minha, aqueles babacas acham que são deuses, e acham que mandam em tudo!
Por um lado, ele realmente estava certo de que eles não sabiam de nada, mas por outro... Bem, ele se preocupava muito com seu irmão, que anos antes, torceu a perna e teve de brigar com lobos famintos perto do lago, e ele estava em casa, foi o único dia em que seu irmão disse que iria caçar sozinho.

Um ranger na porta acompanhado de um assobio no vento...
-Joe é você?
Além do som do fogo da velha lareira queimando a madeira, o silêncio toma conta, até o vento pára de assobiar.
Chawer se levanta e anda em direção a porta com uma pistola 9mm na mão, dá uma bela olhada de longe, e depois põe a cabeça para fora da casa, a neblina é tão forte que ele não enxerga nada.
Antes de fechar a porta um eco de um grito chamando seu nome é escutado à distância.
-Tom! Tom!Me ajude rápido.
Chawer olha pela janela e no meio da neblina uma sombra vai ficando cada vez maior. Em um impulso Joe se arremessa na porta e a abre com muita força, e caído no chão já dentro da casa, ele diz com uma voz trêmula e um olhar apavorado.
-Aque-que-quela coisa na-na cas-a do bar-co barco.
Chawer empurra a porta de volta para fecha-la e olha pela janela novamente, com um olhar atento achando que seu irmão poderia estar sendo seguido por algo.
-Joe o que você viu? o que há na casa do barco?
-Era grande, era dife-ren-te não era humano...
-O que não era humano, não me faça explodir sua cabeça aqui e agora.
Ele recupera fôlego e diz:
-Parecia um lobo, mas não era, não daquele tamanho, e tinha mais alguém, eu não consegui ver quem era.. 

CONTINUA...




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O mundo atrás do espelho

"Quando o oculto chega à tona, até o que parece mais impossível, se torna realidade com um simples toque de terror"






O que têm para relatar de um velho espelho, ou do mundo que está por trás, escondido apenas por seus reflexos.

Imagine um mundo, um mundo onde tudo é ao contrário. Se acha que sua vida está ruim, e atrás do espelho, ela melhoraria?
Tudo corre ao contrário, se foi um mal homem, do outro lado seria alguém bom, e de sucesso, ou se fosse alguém legal, por trás seria alguém com um coração de gelo, um assassino...

É neste ponto que as coisas começam a acontecer...

(Criação é algo que faz parte da destruição, assim como, o terror opõe a alegria)


Pense no seu reflexo diante do espelho. Agora pense em como seria levantar uma mão, e seu reflexo não responder a este movimento.
O mundo por trás do espelho, é um mundo igual a este, e levando isso em conta sabe-se que por ser igual, as pessoas lá são iguais também, atualmente existindo dois de você, o seu eu bom, e o seu eu mal.Como no yin yang, duas forças opostas que expõe a dualidade de tudo do universo.

A história é sobre um garoto chamado "Opus", um nome Romeno que traduzindo seria "oposto".
Um garoto diferente, que tudo que fazia na vida era o oposto de seus amigos e sua família.
Se o café da manhã era tomado 9 horas, ele só tomava as 6 da noite, se o almoço era meio dia, ele comia a meia noite. E assim foi, até acontecer um acidente grotesco com sua mãe e ele presenciando.
Um ladrão rouba o carro de sua mãe, e os manda correr, e enquanto correm ele dispara 12 tiros, sendo que, 7 deles acertam sua mãe no corpo todo. Opus volta para ajudar sua mamãe já caída, e apoia o pescoço dela com suas mãos minúscula de um garoto de 10 anos, e escuta uma última frase sair de sua boca, "tudo é um reflexo". E depois morre calmamente...

Desde então, algo despertou no garoto , uma paixão por espelhos, uma paixão por se olhar diante de espelhos espalhados em casa. Ele achava que o reflexo era seu único amigo, e que se sua mãe morreu, o reflexo dela ainda estaria vivo dentro do que chamava de "nova vida", atrás do espelho. E logo fez um espelho gigante na sala de sua casa. Todos de sua família acharam muito estranho o comportamento e por isso o trancaram em um porão na mesma residência. Dentro de um compartimento em um móvel de roupas suas, Opus tinha restos das cinzas de sua mãe, e percebeu que dentro do porão, além dos ratos, água suja que no chão permaneciam, havia livros e mais livros,
um pilha de vários deles, mas havia um em especial, que na capa tinha escrito "São Cipriano, o Bruxo", e mais abaixo seguido de um subtítulo "Capa Preta".


Pôs-se a ler cada página, e aprender cada palavra, cada número, tudo o que estava no conteúdo daquele livro. Acham que ele aprendeu a dominar o mundo com magias negras, mas não se sabe realmente ao certo, mas sua vida passou a ser durante anos, apenas dentro daquele porão, e ler todas as pilhas de livros, mas principalmente, o da capa preta.



As noites passavam e ele tentava inutilmente ressuscitar sua falecida mãe, porém todas as alternativas pareciam não ter de modo algum surtir efeito. Só havia uma solução.

Em um dia chuvoso, ele pegou as cinzas de sua mãe e começou a espalhar diante do chão da sala de sua casa, em uma oportunidade que teve de fugir do porão.
Aproximou-se do espelho que permaneceu lá, durante esse tempo inteiro. Cortou o meio da mão, e atirou sangue no vidro, fazendo uma forma de V, uma forma de expressar uma profunda vingança, um modo de mostrar ao mundo que o padrão que todos seguem é na verdade um grande lixo, e que cada um morre e vai para o mesmo lugar, dizer que você como humano pode decidir o próprio destino, a hora e forma que quer morrer, ou se quer realmente morrer.
Desenha um pentagrama no chão com a ponta apontada para o espelho, e pega as cinzas de sua mãe do chão e cobre o próprio rosto com ela, arranca toda a roupa, e em movimentos obscenos, faz uma ponte de ligação entre ele e a oposição, entre o bem e o mal, faz uma ligação de equilíbrio nas forças.
E faz com que sua realidade se torne uma fantasia e que o oposto agora se torne real, daí ele percebe que deu certo, nomes na parede agora se encontram ao contrário, lados dos objetos agora estão em uma posição diferente, o mundo realmente se tornou uma "nova vida."

Mas o que era bom podia se tornar ruim ao passar do espelho...

Em um breve encontro com sua mãe pelo jardim de sua casa, ele percebeu um comportamento diferente, um sorriso medonho, uma voz macabra...
Ao longo de muitas noites ele permaneceu trancado no mesmo porão, que já não havia mais nenhum livro. Se perguntando o que ele havia feito, se perguntando no monstro que sua mãe se tornou.
Antes ela apanhava as rosas do jardim e fazia belos buquês, mas agora ela jogava veneno nas plantas,  e nos animais da casa, e assista-os morrer lentamente, numa forma de prazer infinito, ela ria e ria, até sua garganta secar, e ficar com sede de sangue, bebendo o sangue dos pobres animais.

Uma madrugada ela se cansou de seu filho, e o chamou a meia noite para comer algo que ela tivesse preparado, com uma voz doce, como a verdadeira fazia sempre.
Porém isso foi pretexto para o esfaquear até a morte. Depois disso, ela o cortou e o fez ficar em pedaços deixando apenas intacta a cabeça, para pendura-la na parede em frente a um espelho da sala, o mesmo que ele construiu. Após, jantou cada pedaço de seu filho como se fosse uma carne de primeira assada à brasa, como se filho, ela jamais houvesse tido. A cada garfada, uma passada de língua na boca saboreando cada pedacinho, sentindo bastante satisfeito. Feito isso, colocou uma música "melody of tears" de Beethoven, e dançou no vestido branco banhado a sangue, rodopiando à frente ao espelho e sorrindo, como se tudo fizesse parte do show, como se exatamente tudo fosse um grande espetáculo. Enquanto a imagem roda para a janela, e uma alma sentada olhando para o jardim, e perguntado " Por que mamãe, por que?', "eu fiz tudo para trazê-la de volta, por que?"

Opus até hoje anda pelo o mundo, roubando reflexos para viver por mais anos, ou puxando pessoas através dos espelhos para tentar trocar de lugar e ter uma vida normal novamente, ou come-las da mesma forma que sua mãe fez com ele.
Nos dias de hoje ainda se escuta pela noite, sons vindo do banheiro, e dizem que é ele lhe chamando para convencer-lo a entrar no espelho com propostas de uma vida incrível. Ou chama-lo para controlar seus reflexos e lhe assustar para que sua mente fique tão fraca, que ele possa a controlar sem precisar puxa-lo e fazer com que sua história caia no esquecimento, até ele conseguir matar toda sua família.
Uma frase de sangue no espelho foi deixada, algo que logo libertou sua presença no mundo real:


"O cheiro do seu medo me agrada, me faz ficar aqui do outro lado, apenas esperando por um único erro seu, esperando por uma curiosidade sua de olhar para o espelho e se perguntar se eu estou lá, esperando você tomar banho distraidamente enquanto eu subo pelas suas costas e tomo o seu lugar, e faço o seu fim com minhas próprias mãos."


Até  hoje o conteúdo do livro que ele leu é tão misterioso quanto a forma que ele aparece.




Cuidado com o som vindo do banheiro na noite, pois...

Antes de dormir, saiba, uma sombra espera você lá, do outro lado, e esperando o quê? Sua curiosidade...

  


névoa cerebral

E se... Dentro do seu cérebro existe algo que você jamais imaginou?



Já deve ter ouvido falar de pessoas que ficaram paralisadas temporariamente, ou que acabaram matando seu próprio cachorro ou executando algo bem pior. Quando acordavam paralisadas, as pessoas sentiam algo pressionando-os contra a cama, ou até mesmo sentiam que havia alguém sentado em cima delas. Acredita-se que isso seja obra de um espírito que se manifesta durante um pesadelo, e manipula todos pouco a pouco, mudando o seu comportamento físico e mental.
E durante os seus pesadelos houve casos de crimes, que variam desde assassinato até mutilação, ainda teve aqueles que cometeram suicídio. Quando eram postos no julgamento, o juízes colocavam culpa em sonambulismo, mas a real história até hoje ainda é um mistério.
Se você se encaixa nos que jamais escutaram essas histórias, então é recomendado ler para informa-se, mas se tem cabeça fraca para esse tipo de coisa, não leia, pois a partir do próximo parágrafo as coisas vão ficar mais interessantes.


Há um espírito que manipula pessoas durante os seus pesadelos mais sombrios. Muitos chamam de "bruxa velha", pois dizem que isso é obra de uma antiga bruxa que foi enforcada e depois queimada entre os séculos 15 e 18, e que ela faz isso para "vingar-se" dos seus assassinos, porém isso é só história.

Porém há algo mais... Uma espécie de névoa que paira sobre os corpos adormecidos, e transforma um pesadelo em algo real.

(Baseado em experiência relatadas)

Era meio dia de sexta, e eu e meus amigos estávamos combinando de ir ao cinema no sábado, assistir a estréia de um filme do escritor que eu mais gostava, tudo planejado, nós fomos.
Pós-filme foi aquele clima tenso de sempre,voltamos para casa no horário das 19:00 horas, e esperamos todos juntos na parada, pois morávamos na mesma rua,os meus amigos faziam piadas e brincadeiras para tentar assustar uns aos outros, alguns ficavam com medo, mas eu estava intrigado com o desfecho do filme, foi realmente assustador.
Era um grupo de 5 pessoas sem contar comigo, e decidimos que seria melhor dormirmos juntos na minha casa, pois já tinham dormido várias vezes por lá, e não havia problemas com meus pais.
Todos foram dormir, mas eu fiquei acordado por algumas horas até tomar "tentar" tomar o mesmo destino.

Foi aí que um de meus amigos, o que ficou com mais medo do filme, começa a se mexer e sussurrar coisas que não consegui escutar, neste mesmo momento eu estava disposto a acorda-lo, mas algo interrompeu minha ação. Uma névoa cinzenta que entrou pela janela que era perto de onde ele dormia, e logo que entrou em contato com a região da cabeça, simplesmente sumiu, e ele parou de sussurrar e se mexer.
Antes de dormimos minha mãe havia feito um lanche, pão com patê e suco,  e depois que comemos não deixamos os talheres na pia.
O meu amigo levantou com os olhos fechados, parecia que alguma força o controlava, daí ele pegou a faca que deixamos por cima do móvel junto com os copos,pratos e etc.
Na primeira oportunidade que teve, ele dilacerou o pescoço de um garoto que dormia, e fez isso com outros dois, só sobrava eu e mais outro que estava dormindo, enquanto os outros 3 se sufocavam nos próprios sangues com as mãos apertando o corte. Quando o momento me era oportuno, eu joguei meu travesseiro no colega que dormia no chão, o único que sobrou além de mim. De primeira ele acordou meio sonolento, porém quando a porta abriu sozinha com o vento, e ficou entreaberta, a luz da lâmpada do corredor que sempre ficava acessa, iluminou um sorriso sombrio do rosto de o que era o meu amigo empunhando uma faca, com seu rosto, metade iluminado e metade na completa escuridão, e um de seus olhos completamente fechado, como se não precisasse abrir para executar alguém, e lhe fosse tão natural quando beber um copo de água em um dia quente. Assim que meu outro colega no chão viu essa cena, pulou para onde eu estava, e pegamos o que havia mais perto para se proteger.
Aquele assassino que estava ali em pé, em uma rápida corrida pegou um travesseiro e pulou em cima do meu amigo, que logo reagiu e rolou no chão juntamente com ele, mas não pareceu que sua reação surtiu efeito, pois ele tinha uma força descomunal e logo apoiou seus braços por cima do travesseiro e e empurrou até conseguir completar o que queria fazer, e depois de asfixiar, deu uma série de facadas, uma atrás da outra, como se quem estava deitado no chão fosse apenas um saco de espuma.
Ele levantou, olhou para mim, sorriu e disse " sua vez garotinho ", eu pulei por cima da cama e corri para o corredor, e logo ele me perseguiu, desci as escadas no escuro, e corri em direção ao jardim, peguei uma pá que meu pai costumava usar e sempre deixava encravada na terra, e quando me dei conta, POW!, lá estava ele em pé atrás do vidro com uma faca na mão, uma cena tão assustadora quanto a aparição de um monstro no filme que assisti, abriu a porta de vidro lentamente, e me chamou com a mão que segurava a faca, como se quisesse me chamar para um duelo.
Não havia para onde correr, eu andei em direção errada e onde cheguei , eu estava encurralado.
Ele correu em direção a mim com a faca, e no primeiro contra-golpe que fiz o derrubei com a pá,
e enquanto estava no chão ele encravou a faca na minha panturrilha, e quando ia dar o último golpe para acerta-lo em cheio na cabeça, ele segura a calça que eu dormia, e fala como se nada estivesse realmente acontecido, "amigo, por que está fazendo isso comigo?", mas ao mesmo tempo aquela imagem não saia da minha cabeça, ele rindo macabramente com uma faca na mão, e minha perna estava sangrando, e eu teria de dar um fim nisso. E quando puxei de dentro de mim uma força, que eu mesmo não sabia que eu possuía, e fiz como via sempre meu pai fazer depois que terminava o serviço com a pá, enfiei bem na parte da garganta sem nem pensar uma segunda vez, e quando completo...
Quando eu realmente achei que tinha dado um fim a tudo, eu acordo....
Era tudo um pesadelo bem real, acordo e olho para meus amigos e um deles não está lá, e os outros estão em posições que não consigo ver seus rostos. A brisa vem da janela e deixa a porta entre-aberta assim como no pesadelo, e a luz entra no quarto novamente, só que agora ilumina a mim, como se fosse a última luz que eu vi na terra. Por deus, minha mão e roupa estavam ensanguentadas, mas aquele sangue não era meu, a porta abre mais um pouco agora por completa, e um rastro de sangue no chão do corredor, descendo as escadas até o quintal, um corpo, era aquele que achei que tinha matado o assassino, e quando avisto o corpo, subo para ver meus amigos, e 3 deles, com perfurações na garganta, outro com um travesseiro cobrindo o rosto e o estômago coberto de sangue. 
O que raios aconteceu, seria outro pesadelo?
Não dessa vez.... A imagem passa a mim como um programa de tv em frente aos meus olhos.
Eu sempre fui o assassino, eu sufoquei e matei, eu aniquilei todos meus amigos, mas por que razão?
Eu tenho algo dentro de mim... Algo que cobre melhor que uma máscara, mas por que tudo acabou assim?
A imagem se converte a alguém encostado no muro do corredor em frente a luz, um sorriso macabro vindo de alguém, como se eu estivesse se olhando no espelho, mas não sou eu ali, não aquele monstro que eu vejo, aquele que saboreia o sangue de seus amigos na ponta da faca, passando a língua lentamente.
Aquele que foi controlado desde o inicio e participou de uma enganação,
aquele que não sabe qual é o ponto final...


No interrogatório:

- Por quê fez isso?
- Não sei, na verdade tudo não passou de um sonho, um sonho louco e sangrento - um riso macabro é evadido pelo canto de sua boca como se tudo fosse uma piada sem graça.





E então?

Muito cuidado com o que sonha, pois pode ser 

REAL...







quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Vozes Pela Madrugada

O que se escuta quando está acordado durante as 3 da manhã?



Bem, muitos podem dizer que não há nada, e que ficam acordado nesse horário sempre, outros dizem que já ouviram muito, mas que preferem não comentar sobre.
Mas durante esse meio tempo, você que mora em condomínio, já escutou o som do balançador velho 
do parquinho, já escutou ele fazendo eco durante o silêncio da noite?
Ou você que mora em uma casa isolada, já escutou alguém bater na porta de sua casa,bem devagarinho?
Até mesmo aqueles que moram numa vizinhança, quando o vento bate nas folhas das árvores, ou quando uma latinha é revirada pelo mesmo vento, você escuta vozes, alguém rindo baixinho ou até mesmo cochichando tão baixo, que o som que chega a você é murmúrio, você já?

Bem, há muito a conversar a esse respeito...

Ao longo da madrugada contam que é a hora que espíritos tomam mais força na terra, mas o que tenho a contar é algo mais que essa simples especulação. é algo mais, algo que realmente aconteceu, algo que não há como negar.

Tudo aconteceu durante umas de minhas "viradas de noite", no período que eu retornava para casa.
Era escuro na rua e o vento soprava de forma que não era apenas uma brisa, mas também um assobio emitido pelo mesmo. Nesse tempo, eu avisto um grupo de jovens, que aparentavam a minha idade(nesse tempo eu tinha em torno de 15 anos), estavam vestidos todos com roupas brancas e bem escuras. Eu passo por eles e uma garota muito linda, uma loira de olhos azuis, eu vi. E numa rápida cena de troca de olhadas enquanto caminho, eu vejo ela fazer um movimento contínuo com a mão me chamando, por sua beleza que logo avistei, eu viro as costas ao rumo que tomava para casa e ando até ela. Me aproximo calmamente, e lhe pergunto seu nome, era a voz mais doce que ouvi.
-Me chamo Roberta.
-O que faz por aqui em uma hora dessas?
-Espero meus pais virem me buscar, eles estão voltando de uma festa, e vão passar aqui.
-É perigoso andar por aqui, principalmente a essa hora, e por quê não está em casa, a propósito onde você mora?
-Eu moro no final da rua, e eu tinha saído com aqueles meus amigos, Daniel, Max e Antônio.
Eles não expressaram reação ao me ver, ou mudança nos seus diálogos, parecia que eu era invisível aos olhos deles, prosseguiam a conversa e gestos, porém eu não ouvi o que conversavam, mas ignorei isso também.
Eu fiquei tão cego enquanto falava com ela, que até esqueci que ela estava acompanhada.E ela não perguntou o meu nome e eu preferi não dizer.
Seus amigos estavam sentados em duas lápides memoriais, daqueles que colocam na rua para que os entes queridos fossem lembrados, geralmente eram postos ali por algum crime como estupro, assassinato, pedofilia, até mesmo os 3 juntos, afinal em cima de qualquer uma desses crimes, o final é sempre o mesmo. Ela disse que sempre estava por aí nesse mesmo horário, e iniciamos outro diálogo enquanto o tempo passava.
-O que fazia por aqui enquanto eu não aparecia?
-Observava as árvores, o movimento leve que as folhas fazem diante da brisa.
A cada palavra que ela dava eu ficava mais encantado com sua voz e beleza.
Sinceramente não fazia ideia de que isso tudo iria acabar, e o que aparentava ser um imenso campo verde, seria um enorme buraco pelo qual eu já estava com os pés dentro e não sabia...

Enquanto conversava senti um pingo no meu ombro, e olhei para cima e percebi que durante o tempo que fiquei por ali, o tempo havia se fechado e em questão de minutos iria começar a chover, pelo menos era o que eu sentia.Logo me despedi e disse que voltaria para casa, pois minha mãe nesse tempo já devia está dormindo, e não sabia que eu havia passado totalmente da hora de estar em casa.
Por um lado eu não me importava, um adolescente naquela época não seguia ordens assim(eu falo diretamente de mim), mas por outro eu não queria me molhar.
-Bem já está na hora de eu ir, está tarde e logo começará uma chuva.
-Tudo bem, também está na hora de eu voltar.
-Mas você não vai esperar sua mãe?
-Sim, mas parece que ela não vêm, e tenho que estar em casa antes do sino tocar.
-Mas que sino, e se ela não vier você vai voltar nessa rua escura, é perigoso a uma hora dessas!
Uma ultima palavra dela veio a mim em um bafo quente e em um tão grosso, que toda a doçura que vi e ouvi, parecia ter sumido no ar, o mesmo que chegava a mim, em um eco seco e sombrio...
-SIM, O SINO, ADEUS!
Logo me assustei e corri e fiz uma coisa que não deveria ter feito, eu olhei, olhei para trás e vi...O que? Bem eu vi corpos no chão ao lado de uma lápide memorial, e vi um de uma garota no chão, e ao mesmo tempo algo negro correndo atrás de mim, em uma velocidade diferente, eu tinha que apressar o passo e correr como eu corria numa maratona do colégio.
A cada esquina eu sentia algo se aproximar, a cada curva parecia inevitável continuar, mas a cada pisada forte eu pensava que conseguiria de alguma forma chegar em casa ,mais rápido que aquela coisa conseguisse me alcançar. Eu escutava coisas do tipo, "junte-se a mim","ele te espera aqui",
vindo de um eco nas minhas costas. Logo cheguei a uma igreja, a única que havia na minha rua, que separavam 3 quadras até em casa, e brevemente meu fôlego retornava de modo mais forte, como se eu estivesse descansado em alguns minutos, fiquei mais elétrico que não olhava mais para os lados, e não olhava mais para trás, apenas corria e corria para alcançar meu objetivo.
Naquele horário não havia ninguém na rua, nem carros passando por lá, e muito menos na igreja.
Foi aí que ouvi uma batida que se assemelhou a de um trovão grosso, que te pega desprevenido quando se está chovendo, e te faz gelar a espinha com o susto. Porém esse em vez de ser grosso, era suave mas que no estado que eu estava realmente me fez correr ainda mais rápido, era o badalar dos sinos, que parecia que alguém em algum lugar tinha dado um fim para aquilo que me perseguia, que realmente tinha chegado ao fim, a minha correria cessou e eu havia chegado em casa.
Tirei minha roupa e tomei um banho, deitei na cama, porém não dormi. Aquilo ficou passando na minha cabeça.Como eu vi alguém que não estava lá, o que diabos era realmente aquilo?
No dia seguinte eu, como um jovem curioso fui até o final da rua onde ela disse que morava. Era cedo de manhã perto das 8, o Sol ainda não estava tão quente, e na noite anterior tinha chovido, então o tempo estava frio e as nuvens cobriam o Sol. 
Chegando onde ela havia dito e da forma que ela disse, só havia uma casa no final da rua, era uma casa cinzenta, envelhecida e estranha, ficava em frente a onde a rua terminava, e não havia mais nada a não ser os números 4,5 e 2 que fazia referência a residência.
Do lado de fora, uma cadeira de balanço, um jarro com galhos quebrados e teias de aranhas ao redor,
um telhado preto coberto por uma espécie de musgos.
Logo que terminei de olhar a casa por fora, para me certificar de que não havia nenhum movimento,
bati palmas e esperei. Talvez se pulasse alguém dali ou aparece bruscamente era capaz de eu correr feito um louco que nem no dia anterior, logo saiu um senhor barbado de um metro e cinquenta e uma cara enrugada, tinha o chapéu em forma de cone, como daqueles que Dumbledore deu ao Harry Potter porém em tom cinza velho. Eu já não sabia porque, mas não pude deixar aquilo me incomodar e perguntei sobre Roberta,Daniel,Max e Antônio, depois que acabei de citar os nomes eu vi a expressão enrugada mudar, se tornar um rosto de olhos grandes e com bastante espanto, e não demorou muito para ele me dizer o que já era claro mas de forma detalhada.
-Por qual motivo você pergunta isso?
-Eu a vi ontem e de acordo com ela, aqui é sua residência.
-Não há como garoto, volte para sua casa imediatamente, ou melhor, VÁ A IGREJA.
-Mas o que se passa? por qual razão eu iria a igreja?
A história começaria a ficar interessante agora, com o surgimento de elementos que eu particularmente desconhecia, e em alguns minutos de conversa com a garota eu não pude perguntar.
-Ela morreu faz 4 anos, e é por isso que você não pode ter a visto ontem, e se viu, vá se benzer por favor, para afasta-lo de qualquer coisa ruim que o persegue, ou que acontecera.
-O senhor era parente?
-Eu? eu era... Era o... Bem você sabe drogas... Eu era o pai.
-Sei que parece incômodo, mas poderia me dizer de que ela morreu?
Palavras secas e roucas saíram de maneira grossa e falha ao mesmo tempo.
-Vá embora, saia da minha casa, e não volte aqui nunca mais.
-Eu queria muito saber, por favor.
Com o olhar cheio de lágrimas, ele começou...
-Era noite de 98, terça feira (justo no dia que falei com ela), no mês de julho e o aniversário dela iria ser a uma semana, eu e sua mãe estávamos em casa, e ela havia ido ao cinema, eu fiquei de busca-lá 2 horas da manhã, que era o horário do corujão do cinema, e eu não era maluco de deixa-lá ir, porém havia muitos jovens lá a essa hora, indo assistir esse filme, depois que eu a buscasse eu iria trabalhar na metalúrgica no outro lado da cidade. Porém sua mãe aproveitou o clima e abriu uma garrafa de vinho, maldito vinho! Começamos a beber e perder a cabeça, e daí eu acabei dormindo e perdendo a hora. Foi tudo culpa minha, se eu não tivesse aceitado, se... eu... não tivesse dormido...
Neste momento o velho homem já está mordendo os lábios roxos envelhecidos, e seus olhos o tomam de lágrimas.
-Por favor, prossiga...
-Eu dormi, e quando acordei, e percebi o que tinha feito era tarde... Peguei minha pick up, e dirigi feito um maluco de pijama por toda a cidade, e dirigi rua acima, e minha bebê, o meu pequeno bebê lindo... Eu estraguei tudo, é tudo culpa minha, a policia disse que... 3 jovens, os mesmos que você disse haviam estuprado minha pequena Roberta, a minha garotinha, eles fizeram isso depois a mataram enforcada com um pano do seu vestido. Ela estava vindo para casa a pé, e se eu não tivesse feito isso, Oh Deus! um deles tinham uma arma, e deu um tiro nos outros dois, que morreram na hora, depois ele deu um tiro na minha garotinha e POR QUE??? ela já estava morta, eles fizeram isso com ela, e depois aquele, aquele... DESGRAÇADO, se matou com um tiro na própria boca. Eles tinham a mesma idade que ela. Meu bebê era lindo... E iria se tornar uma bela moça.
Já não há como segurar a emoção e o choro e perguntas sem respostas começam a se expressar espontaneamente. Não havia motivos para torturar aquele homem com mais perguntas.
Eu me despedi, e sai daquele recinto e fui embora. Eu jamais voltei para lá, e já me mudei várias vezes. Essa foi minha experiência...
A lápide da garota ainda estava lá, justamente onde eu vi os 3 rapazes sentados, alguns amigos me afirmaram que ainda ouvem gritos, sussurros próximos a suas casas, e que constantemente vêem pessoas brincando vestidas de branca na mesma rua, bem longe como se fossem uma miragem.
e é justamente na mesma rua... Na mesma maldita velha rua...

Boatos que isso acontece em toda parte do mundo, justamente as 3 da manhã, ninguém explicou ainda como ou por que isso acontece, mas que se manifesta de formas diferentes ao redor da Terra.
Se durante esse tempo vocês escutarem algo, por favor se não lhes interessarem, não vão procurar saber o que é, é um conselho de amigo, é o que posso dizer.











 

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