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quarta-feira, 20 de maio de 2015

A casa do Barco: a dança dos mortos

"Não importa, um perigo ainda era um perigo.- Me diga como fazer... há corpos pelo chão, há sangue espalhado até o teto. E também há desgraçadamente uma falha neste vinil que parou em Melody of Tears de Beethoven.."






Os rapazes procurados eram Ronnie Jim e Robin Smith;(O chamem de Rob e Ronnie, jamais Jim ou Robin, se o contrário fosse recitado, cabeças iriam rolar); 
 - Os rapazes era ambos cerca de um metro e oitenta e cheiravam a terras viradas do Texas, ou talvez rejeitadamente, alguma terra cercada de caipiras. Levando em consideração a barba mal feita de Rob e o rastafári laçado apertadamente por uma fivela metalizada que dizia "Marley", pelo qual a palavra "Bob" que viera antes já fora há muito tempo apagada. Levando em consideração. Eles eram filhos-da-mãe mal agradecidos. Falavam pouco. Ajudavam a todos pouco. A única coisa neles eram uma estranha sensação de que algo iria acontecer. Ficaria com eles por alguns minutos e iriam saber ocasionalmente uma fenda entre conversas do tipo "Reggae" e "Sobrevivência", que estou completamente certo. Rob ajudava mais. Corria para a floresta com um machado envelhecido e voltava com belas toras de madeira cortadas tão perfeitamente como se fossem partidas com uma serra motorizada. Havia uma garota com eles, tão feia. Mas era uma boa pessoa, era legal. E também... - as palavras de Lecter Humpt são interrompidas por um estremecedor som evacuado de alguma pessoa gritando lá fora - logo que iria continuar, Tommy Knowleds toma à frente do barco para acrescentar algumas coisas:
- Por Deus você está certo. Era feia. Mas o que a salvava era porque ela era legal. Poderíamos conviver com ela, mas ela não queria conviver conosco. Uma garota que idolatra a cidade grande e que jamais se acostumaria viver na natureza. Talvez fosse o meu perfume que a espantou - Lecter e Tom entram em risos finos em baixas escalas sonoras, quase os sussurrando - Mas ela tentou. Esse é o importante e em vez de voltar para o Texas parou em Salem e por lá ainda deve estar até agora. Agarrada a algum namorado. Agarrada a alguma esperança. Enquanto estamos aqui. Presos nesse nevoeiro. Sozinhos. Quem sabe quem ainda está lá fora vivo ou que ainda não fora morto achando que esse nevoeiro é qualquer outro que atacara Lane City. Não é. Todos aqui sabem que não é - sua voz permanece interrupta mesmo com alguns empecilhos sobrecarregados de catarro enviados pela tosse em sua garganta - Agora dois garotos que eu nem conhecia bem, se vão. Mas se ainda não bastasse. Levou o que faria nossa imaginária proteção por aqui. Eu tenho apenas algo a dizer sobre isso: Que Jesus esteja conos-co!.
Seus olhos estão mais vivos do que antes, um pouco de colírio Hyabak (10ml - 0.15%) fizeram os secos olhos se tornarem lubrificados por algum tempo pelo menos. Ele fora arranhado no rosto, mas não contou como anteriormente (talvez estivesse tão evidente que nem precisasse dizer).
Uma voz feminina tão doce quanto doce de goiaba em anos de conservamento e asseguramento de uma boa qualidade, dita palavras de razões interesseiras e raciocinativas:
- Não podemos ficar aqui, não é seguro mais. Sem armas ou qualquer coisa para nos defende. Maggie e eu estávamos na cozinha e até as facas sumiram - diz Madênia com as pernas cruzadas e as mãos na cintura mordendo os lábios.
- Ela está certa. Aqui é óbvio demais. Eles levaram nossas armas e sei onde está outro arsenal guardado. Evidentemente é para lá que nós vamos - diz Tom.
- Se aquela coisa ainda estiver lá? - questiona Joe com certa aspereza na voz.
- Em uma hora dessas lá é um lugar menos provável e ele já deve ter ido embora em busca de alimento - retruca Chawer em um tom mais seguro.

Os seis. Lecter Humpt agarrando firmemente as pernas com as mãos em uma posição que o deixava de frente, e seus braços em forma de quem seguraria uma bola, mas que seguraria ali no lugar o peso morto das pernas de seu irmão. Tom Chawer segurava por seu peitoral como quem segura um bebê recém-nascido. Apoiando cuidadosamente sua cabeça apontada para cima recostada em seu peito.
Freedie Joe com o braço entre-arcado no pescoço de Madênia com a outra mão que estaria livre, senão fosse a dor agudamente irritante em sua costela esquerda, pela qual ele apalpava com a mão fazendo pressão, pois, isso ajudava-o mesmo minusculamente quase insignificantemente a dor parava de moer seus ossos um pouco. Maggie segurava um lampião que em meio ao vendaval suave que fazia seus cabelos sobrevoarem no vazio, acentuado pela luz anunciavam tons mais avermelhados em seus longos cabelos.
Poucos passos diante da casa do barco. Um piano que parecia uma voz gritante apontando um jeito estranho de ser tocado ou falado se assim queira, uma música, uma incomodante música fina de um vinil velho que estava parado rente à porta de entrada, que girava e girava em movimentos notórios de uma saliência na parte de onde se coloca o disco. O fazendo, toda vez que chegava em determinada parte do giro, perder um pouco o eixo e levantar-se um pouco.
A porta é aberta agravando um rangimento solto e avacuado.

"- Por Deus, Ronnie e Rob, Elissa e Camille. Todas aqui. Esse sangue, esse cheiro. Mortas tão brutalmente quanto uma ave ser acertada e abatida por um martelo vigoroso e torturador."

Maggie solta o lampião naturalmente por culpa de anseios de vômitos sucedidos de tremedeiras em suas pernas. Ele o quebra, e Madênia se solta de Joe que já estava recostado na entrada da porta direita, e Segura nos seus ombros. Seus joelhos se curvam abruptamente. Madênia a acompanha no movimento se agachando até o chão.
Lágrimas são reveladas para a luz que estara acesa com alguns cercados de moscas.
A música de Melody of Tears ainda permanece travando em uma parte relevavelmente triste.
Tom Chawer e Lecter Humpt reposicionam Tommy à uma cadeira de balançar no canto da casa de barco.
Maggie e Madênia permanecem abaixadas noutro canto à esquerda. Maggie ainda lamenta à amiga Camille.

Lecter pára o vinil e o quebrar na parede.
A parede próximo a prateleira de livros e remédios acompanhados de munições dentro de velhas caixas, está repleta de armas. Eles não tocaram em nada. Está tudo do jeito que Joe ajeitara da última vez.
Eles se reúnem no canto da sala mais adentrado para à casa.
Madênia deixa Maggie no chão para se recompor quando quisesse. Busca na prateleira curativos e ataduras para auxiliar Tommy.
Tom Chawer se arma para uma possível "guerra", de uma forma tão sangrenta que iria aparentar filmes de terror "idiotas" que Joe gostara de assistir. Lecter avista um velho freezer com algumas sardinhas enlatadas, sopa também enlatada, feijão,molho de tomate, tudo enlatado. Mas ainda era uma boa e considerável comida, que fazia Lecter imaginar que eles passavam mais tempo na casa do barco do que na própria casa.
Um clima tenso subitamente provocado pelo rádio recém ligado que Lecter achara em uma das prateleiras.
"Viva! Eu quero ouvir mais alto. - viva! - é isso aí o canal de música rhythm and blues é aqui. E mais uma vez nossos espectadores gritando - Viva!-...", a voz ira se perdendo e se perdendo em um tom tão baixo que ficara impossível ouvir, até que o som cresceu em grandes ondas de estáticas.
Batidas fortes solando o chão de forma violenta são efetuadas parecendo que as paredes estavam entrando na festa também tremendo como num dia de chuva tempestuosa.
Todos correm exceto Tommy e Joe, que descasavam à sombra da prateleira um pouco ocultada nos fundos.
Os mortos dançavam do lado de fora da casa do barco. Estavam despidos e o ritmo seguido era amedrontador tão ameaçador quanto rifles apontados em suas faces escorregando o dedo no gatilho a cada segundo. Faziam gestos desconhecidos, e em círculos mostravam que estavam controlados por fios por alguém. Alguém os observam. A luz era falha. Não se podia ver. Na verdade, se podia sentir e sentir com calafrios espalhados por cada fio de cabelo de corpos medrosos.
- Te-temos de fazer algo... e-e-eles vão le-leva-los embora... - diz Humpt com balbúcie.
- O que vamos fazer? eles estão MORTOS - diz Tom Chawer com um tom estremecedor, destacando a palavras mortos, fazendo com que os mesmo deixassem de dançar e ficassem parados no ar de cabeças baixas.
- E o que vêm agora? - interroga Humpt de maneira plausível.
- E-e-eu não s-ei - responde Tom em uma incerteza arrepiadora, não era o seu jeito.

A janela da porta tinha mais ou menos um metro de altura e começara pela parte de cima da grande e branca porta. Tinha desenhos feitos pelos irmãos, marca das mãos minúsculas de ambos quando eram apenas pernas franzinas dentro de roupas que hoje em dia ninguém mais veste seus filhos. Duas janelas como descritas. Em cada uma delas, corpos iam sendo arremessados como quando eram pequeno e jogavam pedrinhas nas janelas do Sr. Parkinson, que logo os dedurava para seus pais.
Corpos sem vida, que se espatifavam com um som violento parecido ao saco de lixo quando jogado no triturador. Sangue também era espalhado para todos os lados. Era uma cena histérica vivenciada ali. Voavam como passarinhos desnorteados que batiam na janela e com suas asinhas quebradas deitados no chão, entravam em óbito solenemente.
Tom Chawer apronta seu rifle. Treme.
- Vamos tom, atire, atire logo! - diz Lecter.
- Não posso. Eu não sei. Me diga, me diga como fazer...- diz Chawer com seu dedo tremendo ao gatilho.
- Um perigo, ele é um perigo. E você sabe - a voz da razão lógica grita em seu peito estupefacto - Bem um perigo ainda é um perigo. Não queremos que ele machuque à Tommy e Joe, queremos?
Tiros são disparados em resposta brava à pergunta retórica de Lecter.
Agourando, gemendo disfarçadamente. Parecia um cachorrinho colocando o rabo entre as pernas e andando lentamente para longe. Um cachorrinho que não ganhou seu osso de natal. Aquela coisa foi acertada, e acertada em cheio...




Alguém menor e mais ágil observara e calculara friamente os passos de seis comidas ambulantes dentro de um só local. Talvez aquilo que fora acertado seria seu pai ou alguma coisa do tipo. Suas orelhas se dobram. Seus dentes rangem com força em uma boca saliente e faminta. Atrás, uma espécie de frota de aberrações vampirescas correndo em direção à casa.



O crepúsculo estara longe de chegar.  O sol ainda era uma criança. Se quisessem luz natural para observar melhor aquele estranho lugar, então, que esperassem-no crescer.






#Continua...






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